Lendas e tradições

DANÇAS E CANTARES
Fazem parte da memória dos mais velhos, as danças e cantares que se destinavam (em finais do século XIX e inícios do século XX) a aligeirar os trabalhos do campo, como as desfolhada, a ceifa, as vindimas, as barrelas, a matança do porco, a animar festas e romarias e a enaltecer histórias de amores e amizades locais, trazendo uma nota viva de alegria à vida simples e dura desta população que trabalhava a terra.
 
- Grupo Folclórico “Os Campónios do Oeste”
Formou-se em Abril de 1986, integrando um conjunto de habitantes locais preocupados em preservar os usos, costumes e tradições do lugar de Caxaria e da freguesia do Carriço. O agrupamento designou-se, inicialmente. “Rancho Juvenil Rosas da Caxaria” e actuou pela primeira vez no dia 10 de Agosto daquele mesmo ano. Como esta população, muito religiosa, vivia da terra que cultivava com grande sacrifício e dedicação, com recurso a técnicas herdadas de geração em geração, tornava-se indispensável Recuperar os trajes e utensílios próprios de épocas anteriores, pela riqueza cultural que representavam mas também como sentida homenagem que os habitantes de Caxaria queriam, desta forma, render aos seus antepassados. A música é transmitida, actualmente, por um conjunto de instrumentos típicos, de que fazem parte: o bombo, os ferrinhos, o reco-reco de cana da Índia e o acordeão (que substitui a concertina, usada em tempos de antanho) .
 
- Grupo de Cantares da Silveirinha Grande e Claras
Este grupo foi fundado em Junho de 1998, tem sede na Associação Cultural, Recreativa, Desportiva e de Melhoramentos da Silveirinha e Claras, e dedica-se à divulgação da música popular de todos o País.
 
- Grupo de Cantares Tradicionais “ Cantar d’ Amigos “
Este grupo surgiu na sequência da festa de encerramento do Curso de Apoio Escolar PRODEP /97. Devido à necessidade dos formandos se agruparem para a sua pequena demonstração musical, solicitaram o apoio da D. Adelaide Moita Ferreira, pessoa conceituada e experiente neste tipo de agrupamentos, tendo já fundado em Leiria o Grupo Leiricanta, ainda em actividade, o qual continua a integrar. Daí à actuação na festa de encerramento, 12 de Outubro de 1997, foi um instante. Não querendo deixar experiência tão gratificante, os membros do grupo quiseram continuar com os ensaios e tentar mostrar um pouco do seu trabalho tendo solicitado o apoio e a integração na colectividade. Para os ajudar num trabalho mais qualificado, tiveram a colaboração do Maestro Carreira, coralista do Orfeão de Leiria e da D. Adelaide Moita Ferreira que foi directora do grupo até 2002. Assim, ensaio após ensaio, começam a surgir os espectáculos. Em 2002 filiou-se no INATEL, entidade esta que tem convidado o grupo para inúmeros espectáculos e a quem o grupo está inteiramente grato. E já lá vão mais de 100 espectáculos, tendo estes como palco, os distritos de Leiria, Coimbra, Santarém, Castelo Branco e Lisboa, tendo actuado na estação de televisão TVI no programa “Olá Portugal” em Dezembro de 2002. Actualmente este grupo é dirigido pelo Sr. Paulo Narciso e pela D. Adélia Domingues, é composto por 16 elementos com uma faixa etária dos 9 aos 70 anos, dedica-se à recolha de músicas e letras tradicionais, tem como objectivo a divulgação da música tradicional portuguesa, tentando não a deixar cair no esquecimento dos seus conhecedores e dinamizar o convívio e a amizade entre cada um dos elementos deste grupo em particular e entre todas as pessoas com quem contacta em geral.
 
LENDAS E TRADIÇÕES
- Lenda da Cova da Serpe e do Tesouro dos Crúzios
Segundo a tradição, existe num local chamado Cova da Serpe, na Mata Nacional do Urso, um tesouro mandado enterrar pelo Prior do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, para evitar que o mesmo fosse parar às mãos dos franceses, durante as invasões Napoleónicas. Ainda de acordo com a lenda, o tesouro é guardado por três milhafres e apenas um homem de coração limpo, mãos e pés lavados em água salgada, sem pai nem mãe e sem eira nem beira, seria capaz de o encontrar.
 
- Lenda da Capela de São João
Com cerca de cinco a seis anos de existência, já que não o podemos precisar com exactidão, dado que as invasões Francesas destruíram uma parte do seu recheio, conta a lenda que as origens da Capela de São João estão relacionadas com o aparecimento de um rapaz, no lugar, que ninguém conhecia. Todavia uma mulher afirmava tratar-se de São João e, como tal, levou o referido jovem para o convento do Louriçal, onde deveria permanecer. Após esta viagem, ao chegar à terra deparou-se novamente com o rapaz, que acreditava ter deixado no Louriçal, a brincar no mesmo sítio. O acontecimento teve repercussões de tal ordem que o povo resolveu construir, na povoação umas alminhas, as quais, mais tarde, haveriam de dar lugar à actual capela.
 
JOGOS TRADICIONAIS
De acordo com a memória dos mais idosos recuperaram-se alguns dos jogos mais tradicionais: O jogo dos feijões, dos botões e dos fitos (infantis); do lenço, do lencinho, do anel, do raminho trouchado, da Maria, da cordinha, do sapatinho delicado, da coina, da porca, do pião, da malha, da pedrinha, do raminho dourado, do burro da machadinha, do cupidinho e do pau.
À excepção do jogo do pau, que era uma espécie de luta, muito apreciada durante os bailes, estes jogos realizavam-se com maior frequência no período da Quaresma porque como não era permitido cantar nem dançar durante esse tempo procuravam-se assim outras formas de distracção.  Actualmente as associações locais promovem alguns destes jogos.
Tema 1: Cegonha (popular) - Grupo de Cantares Tradicionais “ Cantar d’ Amigos “
Tema 2: Milho Verde (popular) - Grupo de Cantares Tradicionais “ Cantar d’ Amigos “