Turismo

A Freguesia de Carriço é servida por uma rede de estradas nacionais que a percorrem, a linha de caminho-de-ferro do Oeste, que a recorta, e as condições naturais oferecidas pela Mata Nacional do Urso, aliadas a um “propicioso” litoral atlântico.

O primeiro ensaio turístico de vulto dirige-se ao aproveitamento da Praia do Osso da Baleia, este projecto (actualmente uma realidade) integrado na Mata Nacional do Urso, respeita os aspectos da geomorfologia e do uso do solo disponível e beneficia do clima ameno da floresta marítima e do empolgamento da paisagem, rica em vegetação (com predominância do pinheiro bravo), com locais muito frescos e aprazíveis, onde se pode usufruir da natureza em toda a sua plenitude.

A Praia Osso da Baleia, tem visto nos últimos tempos melhorias significativas, nomeadamente nos apoios de praia e sobretudo para deficientes. Os bons acessos e as boas infra-estruturas, têm trazido cada vez mais banhistas à praia, contudo a beleza natural característica do Osso da Baleia, mantém-se practicamente intacta.

Tem-se conseguido preservar a envolvente de vegetação, de dunas e mesmo do próprio areal.

Faça então um passeio pelos passadiços de madeira que o levam à praia e deixe-se envolver pela natureza.

Principais pólos de atracção turística:

- Igreja Matriz, onde se encontra a imagem do padroeiro da freguesia. (interior da capela)

- Capela de São João Baptista — é o monumento de maior interesse histórico do Carriço

- Capela de Nossa Senhora dos Remédios, no lugar dos Vieirinhos. (interior da capela). Esta capela data de 1668, mas existem vestígios que indiciam ser mais antiga.

- Parque de Merendas da Praia do Osso da Baleia

- Mata Nacional do Urso: não integra nenhum parque natural, mas encerra uma imensa beleza, onde reina o pinheiro bravo.
Este espaço é o habitat de algumas espécies protegidas, como a Águia Real, à alguns anos descobriu-se na mata, uma espécie vegetal muito rara, da família das plantas carnívoras.

- Praia do Osso da Baleia: é a única praia do concelho de Pombal, praia natural de água límpida e cristalina, está classificada como Praia Dourada, é um espaço encantador que convive harmoniosamente com a floresta.

- Lagoa dos Linhos: é um local muito agradável, onde se podem encontrar diversas espécies animais.

- A freguesia dispõe na sua área de um belo parque de campismo “O Tamanco“ localizado no lugar de Casas Brancas.

EVENTOS ANUAIS

• FEIRA DOS 7 - Recriação de uma feira à moda antiga, organizada pela Junta de Freguesia, onde são divulgados produtos tradicionais locais e regionais. Este evento realiza-se no segundo fim de semana do mês de Maio. Evento visitado por largas centenas de visitantes e expositores oriundo de distritos vizinhos.

• CAMINHADA LUZECUS- Evento organizado pelo Agrupamento de Escuteiros 891 - Carriço, com o apoio da Junta de Freguesia. Este evento, além de ser uma caminhada tem diversaos obstáculos pelo percurso e muita animação. É um evento cuja participação ronda os 600 participantes.

• FESTIVAL DE SOPAS - É uma organização da responsabilidade da ACRDF do Carriço, com o apoio da Junta de Freguesia, que consiste na mostra de diversas sopas confecionadas pela coletividades da Freguesia, restaurantes e particulares. Este evento conta com a participação de cerca de 1000 visitantes.

FESTIVIDADES POR LUGAR

Carriço
São João – 24 de Junho

Santo António – 13 de Junho
Nossa Senhora da Conceição – 8 de Dezembro

Cabeço do Carriço
Nossa Senhora da Boa Viagem – 15 de Agosto

Marinha da Guia
Nossa Senhora da Luz – 2.º Domingo de Setembro

Vale de Lezide
Nossa Senhora da Saúde – 20 de Agosto

Caxaria
Nossa Senhora das Dores – 3.º sábado de Julho

Vieirinhos
Nossa Senhora dos Remédios – 1.º Domingo de Agosto

Silveirinha Pequena
Festa Sr.ª dos Caminhos ( nas alminhas) – Ultimo fim-de-semana de Agosto
Festa de São Pedro

Alhais
S. José – 19 de Março

Fontinha
Festa de Nossa Senhora Perpétuo Socorro

Claras
Festa de Nossa Senhora da Paz

GASTRONOMIA

As receitas e os pratos mais representativos desta região estão essencialmente ligados à tradição da matança do porco, a qual se realizava uma vez por ano, pelo que se tornava necessário conservar todas as partes do mesmo, ainda se confeccionam hoje em algumas casas particulares algumas destas receitas aquando da matança do porco o que acontece cada vez mais, com menor frequência.

A Matança do Porco, era uma festa que reunia toda a família, era feita durante os meses frios de Dezembro, Janeiro ou Fevereiro. As carnes punham-se na salgadeira para consumo do ano inteiro.

Conservavam-se assim as carnes gordas, as febras e os presuntos.

Nos dias da matança, faziam-se os esturros com pouca febra, aproveitando-se assim para fazer a banha que substituía o azeite no tempero; os bolos, uns sem gordura outros com gordura (merendeiras); as morcelas e as chouriças.

Os bolos eram feitos com o sangue e temperados com sal, cominhos e canela; as morcelas eram feitas com o sangue, farinha de milho e temperadas com sal.
As chouriças eram feitas com febra e gordura e temperavam-se com vinho tinto, alho e sal, ficando assim uns três dias, após os quais se enchiam e iam para o fumeiro, a tripa que se usava para as chouriças era a mais fina, a mais grossa era usada para as morcelas.

Durante a matança, pouco se comia do porco, era costume matar um carneiro e galinhas para se comer nessa altura, só no segundo dia é que se comia um “Tachado de Bifes”, como se costumava dizer, este tachado eram febras grelhadas ou cozidas acompanhadas com batata ou arroz, também havia quem fritasse a morcela.

Esturros ou Torresmos: coloca-se numa caçarola, uma mão cheia de sal, um pouco de banha e água onde o sal se desfaz, juntam-se as gorduras e carnes com e sem gordura, e deixa-se ferver em lume brando, para derreter as gorduras. As carnes assim cozinhadas eram antigamente assim conservadas numa parte da banha e retiradas à medida que se consumiam, depois de previamente aquecidas. Morcelas de Sangue ou Muado: escalda-se a farinha de milho e adiciona-se o sangue, as gorduras retiradas das tripas do porco, canela e sal a gosto, depois enchem-se as tripas previamente muito bem lavadas, com esta mistura.

Bolos ou Tortachos: para os simples, escaldam-se em primeiro lugar, as farinhas de trigo e de milho, junta-se o sangue, tempera-se com cominhos, canela (obrigatória), e cravinho (facultativo), amassando muito bem como se faz com a broa. Há também os que, apesar de cozinhados mediante um processo idêntico, levam um pouco de gordura, igualmente das tripas do porco, e fazem-se um pouco mais alongados, para se distinguirem dos outros. Ambos podem comer-se frios ou partidos em fatias e aquecidos nas brasas.

Cacholeira: a cachola (fígado) é cozida, cortada em pedaços e guisada com a gordura das tripas do porco, conservava-se habitualmente num tacho de barro, coberta com a gordura, consumia-se acompanhada com batata cozida.

Sarrabulho: faz-se um refogado com cebola, alho, louro, cravinho e febra cortada aos pedaços, junta-se depois a cachola, previamente cozida e cortada em pedacinhos mais o sangue já cozido e desfeito, acompanha-se com batata cozida com a pele.

ARTESANATO


Na freguesia de Carriço permanece ainda viva a arte da cestaria, que nasceu para colmatar a necessidade de utensílios que facilitassem e optimizassem os duros trabalhos agrícolas.

Os vimes e as canas, materiais utilizados na confecção dos cestos, também serviam para empalhar garrafões, constituindo uma protecção suplementar para o seu conteúdo.
Para os cestos o vime utilizado depende do tipo de cesto, quanto maior for o cesto mais grosso terá que ser o vime, para empalhar garrafões utilizava-se o vime fino.
O vime era cortado em Janeiro, limpo e deixava-se secar. Não se podia dobrar o vime em verde, não que se desmanchasse ao trabalhar, mas perdia a segurança.
Deveria então ficar 15 dias em água para ficar mais macio, senão ao ser trabalhado partia--se.

Às vezes para os cestos de arco, quando não se tinha vime fazia-se com canas, mas o fundo e o armamento teriam que ser sempre em vime. Os garrafões podiam ser empalhados com Verga maciça ou Verga Branca (vime descascado), descascar a verga era um trabalho muito exaustivo, para se obter um bom resultado tem que se a apanhar em crescimento por vezes parte-se toda e depois de estar vingada já não se consegue descascar.

Por isso quando era necessário usar a Verga Branca, abria-se a verga ao meio e virava-se a casca para dentro, não chegando esta a ser descascada, contudo a armação e o fundo eram sempre feitos em Verga Maciça porque a branca tinha pouca resistência.

Para trabalhar o vime usava-se a Tesoura de Podar, para cortar e limpar; a Navalha para limpar; o Sevelão para enfiar a verga no acabamento do cesto; o Pião — um bocado de madeira cortado dos dois lados para rasgar a verga e de forma a fazer de um lado três vergas e do outro quatro; um Pau, para bater os cestos depois de prontos para a verga ficar bem batida.